Maria Lúcia Politano, Luiz Moraes, Elisabete Santos, José Antonio Pinho, Fernando dos Santos, e Nicholas Costa apresentam o resultado da Pesquisa “Qualidade Ambiental das Águas e da Vida Urbana em Salvador”, coordenada pelo Grupo Águas do CIAGS/EA da UFBA, fazendo uma reflexão acerca da poluição dos rios e das condições de saneamento ambiental das bacias hidrográficas de Salvador, destacando a necessidade da implantação e operação de sistemas de esgotamento sanitário e/ou outras soluções apropriadas nas áreas de proteção de mananciais, em particular aquelas situadas no entorno dos reservatórios utilizados para o abastecimento público, além da implantação de programas de despoluição dos corpos d’água em estágio avançado de eutrofização.

Leonardo Afonso, André Sousa e Soraia Monteiro analisam a dinâmica da cobertura vegetal do município de Salvador, por meio de imagens de satélite LANDSAT, dos anos de 1995 e 2007 nas bacias hidrográficas urbanas, demonstrando como o município perdeu cobertura vegetal num período em que a natureza foi “vendida” nos projetos imobiliários e de intervenção urbana.

Luiz Roberto Santos Moraes faz uma rica abordagem conceitual sobre Estado e política pública, com desdobramentos em relação aos instrumentos de gestão. Angela Araujo Nunes examina a atuação da Carteira Imobiliária do Montepio do Estado da Paraíba na produção estatal de habitação na cidade de João Pessoa, durante o período de 1932 a 1963, entre a designação da instituição para produção de moradias em benefício do funcionalismo público até a instituição do BNH. Cássio Marcelo Silva Castro, através de indicadores da ação governamental, apresenta uma avaliação do projeto “Bases Cartográficas Municipais”, uma ação governamental que produziu cartografia das áreas urbanas de 31 municípios da Bahia, no período de 1998-2004, incentivando a elaboração de sistemas de informação com o intuito de implantar a cultura do geoprocessamento na gestão municipal.

Clément Vialle e Werner Kraus Junior discutem o uso sem critério, por parte das autoridades de trânsito, das faixas de travessia de pedestres como um fator contribuinte para o desrespeito a esta forma de sinalização. Os autores analisam o Código de Trânsito Brasileiro e o emprego das faixas em uma realidade urbana específica – a cidade de Florianópolis, apresentando um conjunto de recomendações sobre a normatização do uso das faixas de pedestres. Carlos Amorim faz uma rica reflexão sobre a evolução do conceito de patrimônio cultural no país, concomitante à postura ética da ação institucional do IPHAN. Wendel Henrique, com seu poético ensaio sobre a cidade de Cachoeira busca, através da ficção, um fio condutor para a construção de um diário de experiências corporais e geográficas sobre Cachoeira, cidade marcada pela força de suas mulheres e por formas particulares de realização de um cotidiano miscigenado.

A Entrevista realizada com o Prof. Cid Teixeira traz uma rica e polêmica possibilidade de reflexão sobre temas como história, identidade e cultura. No Ponto de Vista, Fernando Guerreiro fala de sua história, suas percepções e inquietações no e sobre o teatro. Finalmente, o artista plástico Guache Marques apresenta-nos o belo Ensaio Natureza Mítica. O trabalho de Guache retrata tradições, evocando as raízes do cotidiano, através da releitura de signos da cultura afro e indígena, sendo a magia e o m stério permanentes fontes de inspiração. É, pois, com esse espírito rico e múltiplo do Soteropolitano, que entregamos a presente edição de Veracidade, na certeza de que cada um desses colaboradores ajuda a tornar mais límpidas questões e soluções para a Capital da Bahia.