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A Prefeitura Municipal de Salvador lança o segundo número da revista VeraCidade. Dando continuidade a linha editorial, abordaremos nessa edição temas que estão na ordem do dia na nossa cidade. Ângela Gordilho, no artigo sobre a regularização fundiária na política de habitação de interesse social enfrenta o desafio de pensar a problemática da habitação em Salvador que, como muitas das capitais brasileiras, demanda a implementação de ações integradas na regularização de áreas de ocupação informal de interesse social. Lesdli Carneiro, amplia esse debate ao discutir os mecanismos de valorização da terra urbana. O artigo trata das implicações da construção de empreendimentos terciários na valorização imobiliária, enfocando particularmente o caso do bairro do Stiep, um típico exemplo de como a atuação do Estado, ao disponibilizar infra-estrutura urbana e serviços públicos, agrega valor à terra urbana constituindo-se em um mecanismo indireto de transferência de renda. Jacileda Santos dirige seu olhar para a área do Comércio, construindo uma interessante reflexão sobre as mudanças pelas quais têm passado esse espaço na vida da cidade, situando-o no recente processo de transformação da malha urbana e reconfiguração de centralidades.

Heloniza Costa, que desenvolve um relevante trabalho de pesquisa no Fórum Comunitário de Combate à Violência, coloca-nos frente a frente com o grave problema de violência nos grandes centros urbanos. O artigo coloca a violência como um dos principais problemas de saúde pública da cidade, constituindo-se na primeira causa de morte entre os jovens e na segunda causa da população em geral. Clímaco Dias ajuda-nos a pensar os dilemas em torno dos distintos projetos de desenvolvimento da cidade e sua região e analisa a atual crise do carnaval em Salvador. A referida crise tem suas raízes no projeto que atrela a festa do carnaval à lógica do mercado - opção construída no âmbito da reestruturação produtiva brasileira, que define o turismo como alternativa de desenvolvimento regional, cujo fundamento é a transformação da cultura em mercadoria. Reginaldo Souza Santos analisa a trajetória de implementação da política de saneamento no estado da Bahia. O artigo estabelece nexos entre a política nacional de saneamento e o questionamento da natureza e objetivos destes serviços, destacando as relações entre os programas de saneamento desenvolvidos na Bahia e os interesses das elites empresariais e instituições financeiras internacionais. Henri Acserald reflete sobre a agenda da sustentabilidade urbana, apresentando uma discussão conceitual extremamente rica sobre as especificidades das políticas ambientais urbanas e sobre os embates que se estabelecem entre concepções tecnicistas e politizadoras do processo de reprodução das relações socioecológicas nas cidades.

Nessa edição, entrevistamos Paulo Lima, compositor, professor da Universidade Federal da Bahia, pesquisador e presidente da Fundação Gregório de Mattos, que nos fala sobre os desafios da implementação de uma política cultural no atual contexto de globalização. Na seção Ponto de Vista, contamos com a participação de Maria de Azevedo Brandão, que com sua larga experiência em planejamento urbano, discorre sobre o viário desurbano que desune e segrega a cidade. Francisco Vieira apresenta-nos Salvador através da versatilidade e da leveza do concreto, transformando o anônimo cotidiano de pessoas que constroem a cidade em peças de arte. Finalmente, apresentamos Zora de Ítalo Calvino, que nos faz lembrar que a cidade não é exatamente um conceito geográfico, mas um complexo e inesgotável símbolo da existência humana. A Veracidade agradece a Tonny Bittencourt a cessão da fotografia que ilustra esta edição.
 
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